Esporte

Luis Fernndez: “Mbapp vai querer fazer um grande jogo para enfrentar os espanhóis”


EO primeiro quadrado mágico do futebol deve ser atribuído a Luis Fernández (Tarifa, 1959)junto a Platini, Tigana e Giresse. Juntos eles acabaram com o sonho de Espanha na final do Eurocopa 1984 em Paris. Emigrou muito jovem com a mãe e cinco irmãos para o Lyon e acabou fazendo sucesso no futebol francês ainda estrangeiro. Naquela época, sem passaporte francês, era ainda mais difícil ganhar a vida com bola.

Luis Fernndez, agora em Munique como comentarista do beIN Sports France, participa do MARCA como um bom conhecedor do futebol francês, pela sua brilhante carreira como jogador, no PSG entre outros, e também nas bancadas, também em Paris e claro no Atlético. Ele gosta do jogo da Espanha, elogia especialmente Da Fonte mas ele vê a França capaz de vencer La Roja.

Perguntar. Você vê a Espanha como favorita pelo que vimos até agora no Euro?

Responder. Não, vejo isso em 50%. A Espanha tem muita confiança, está a jogar bem, mas a França está lá por uma razão e tem um bom nível e bons jogadores. Esteve na final de Doha, fez o trabalho de casa e fez um bom campeonato, embora menos brilhante que a Espanha. As duas equipes têm uma grande história e acredito que será um jogo muito equilibrado. Acredito que o nível dele vai subir e a Espanha tem uma seleção muito atraente.

P. O que você espera de Mbapp, você não o vê no seu melhor.

R. É verdade, é preciso dizer, sou treinador e é preciso ser objetivo. Ele não está no seu melhor. Ele teve uma temporada difícil no PSG e depois veio a lesão. Mas tenho certeza que contra a Espanha ele vai querer mostrar porque veio para o Real Madrid. Quererá apresentar-se com um grande jogo e desta forma quererá antecipar a sua chegada ao futebol espanhol. Ele com certeza tentará fazer algo grande contra a seleção espanhola como prelúdio para sua chegada. Com a máscara ele não consegue fazer contato, parece ficar um pouco lento. Tenho visto o Mbapp do PSG todos estes anos e tem sido maravilhoso.

P. Você acha que terá sucesso no Real Madrid?

R. Ele chega a um clube com jogadores muito bons. Ele tem Vinicius, Bellingham e tem tudo para ter sucesso lá. Madrid é o maior clube.

CAVALEIRO/MARCA

P. O que você acha desta Espanha? Evoluiu para outro estilo…

R. A Espanha mudou porque também foi necessário. Saíram grandes jogadores com um estilo, mas já não estão mais, e chegaram outros com outras características. Eles têm o Rodri que é um dos melhores na sua posição e gosto muito dele porque fui meio-campista e sei o quanto é difícil. Mas com o jogo lá fora ele ganhou muito agora com Lamine ou Nico. Mas a verdade é que também devemos falar do Luis de la Fuente, ninguém diz nada e é um treinador que está muito bem pela Espanha. Você tem que dar crédito ao treinador que está lá para alguma coisa.

P. O que você mais gosta na Espanha?

R. Gosto do grupo. Tem um estilo muito claro, com jovens que estão empurrando e outros com experiência.

P. A França de Deschamps está sofrendo muitas críticas, o que você acha?

R. Deschamps sempre teve como conceito de jogo ser forte defensivamente antes de atacar. Se a Espanha não conseguir quebrar a defesa francesa, terá um problema porque a França sabe como jogar estes jogos. Eles vão esperar e vencer no final, essa fórmula funcionou para Deschamps.

P. Que lembranças você tem daquela final de 84 em Paris?

R. Todos. O futebol mudou muito. Considero-me um privilegiado e tive a sorte de jogar ao lado daqueles companheiros que me acolheram maravilhosamente. Não foi fácil. Vim morar na França, meu pai faleceu e saímos de Cádiz com minha mãe e meus irmãos. Éramos uma equipe muito completa, boa entrega de bola dos zagueiros, jogamos no meio-campo e nos divertimos. Depois tivemos Michel Hidalgo, o coitado, onde quer que esteja, espero que esteja feliz. Mas era um futebol diferente, agora a economia é mais importante. Muita coisa mudou, algumas coisas para melhor, mas outras para pior. Em Espanha trabalhamos bem, por exemplo, mas há coisas no futebol francês que não funcionam bem.

P. Marcelo Bielsa diz que cada vez mais gente vai a campo, mas haverá cada vez menos bons jogadores de futebol para assistir…

R. Respeito muito o Bielsa e concordo com ele em quase tudo. Você vê coisas no futebol que não gosta. As pessoas querem ir a campo se emocionar com os jogadores, se emocionar, e temos que pensar nos jovens, no que queremos para eles. A mídia também. É verdade que os negócios são hoje o mais importante no futebol e é preciso ter cuidado porque isso afeta a preparação dos jovens. Isso é o que me preocupa.





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