Espanha x Irlanda do Norte: Adeus à síndrome do espelho e ao DNA tiki-taka
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Se o teste de fogo acabou. Dentro de uma semana saberemos como Euro 2024 para a seleção espanhola. Como último teste a partida será Palma de Maiorcao sonho de que a capital das Ilhas Baleares seja a Santander 2008, a cidade que se despediu de uma equipa em que poucos acreditavam e regressou como campeã europeia e poderosa o suficiente para criar uma história única no futebol mundial.
A Espanha dos alas, dos extremos e dos laterais, surge no Euro com potências. E seria bom ter os pés no chão.
74 anos depois, King's God Save
Desta vez os hinos soaram no volume máximo. Ele fez isso para que os mil norte-irlandeses presentes cantassem a Deus salve o rei. Foi a primeira vez desde 1950 que o hino britânico foi tocado num jogo espanhol contra um rei e não em homenagem a Isabel II. Isso não acontecia desde 2 de julho de 1950, tarde do gol Átomo no Maracanã. O trono pertencia a George VI. Uma partida para recordar.
Vá bandas!
A Espanha do jogo por dentro, aquela que deu tanta glória com Iniesta, Xavi, Silva, Cesc, Cazorla..., é história. O maior. Mas a Espanha superou a síndrome do espelho, a de querer assemelhar-se, ser uma cópia, daquela maravilha. Doze anos após o título em Kiev, A Espanha tem um estilo diferente. É uma Espanha de bandas, de extremos e de líderes. A seleção é uma bomba nas laterais. E isso, no futebol de hoje, é ouro dinamite. A convicção do DNA é história. Porque estilo é aproveitar o que você tem. Ou o que dá no mesmo, no futebol o DNA pode ser mudado.
Meta manual
O segundo golo da Espanha foi uma homenagem ao futebol de sempre. Jess Navas chegou ao seu lado, levantou a cabeça e colocou um daqueles centros que se veem cada vez menos. Embalado com qualidade. Eu respondi a esse presente Morata com uma cabeçada soberba, de puro aríete, daqueles do estilo britânico. Uma homenagem ao futebol ao longo da vida… como se o jogo fosse disputado sem VAR.
Vá aos extremos
Não, não continuamos com as bandas, com Nico e Lamine Yamal. Falamos da tentação de exagerar a vitória. É uma boa notícia. Porque é melhor chegar com o moral elevado. Mas, como ele disse, não pode haver pior inimigo contra a Croácia do que o Sr. “Euporiovich”. Pés no chão, sabendo que a posição da Espanha face ao Euro é a mesma de há uma semana. O oposto é a cicuta.
A semana de Oyarzabal
Quatro gols para o Eibar. Em ambos os jogos foi reserva e entrou em campo para Morata jogar como 9. Em ambos os jogos marcou e deu argumentos ao treinador na sua ideia de que Mikel Ele é um centroavante sem rótulos falsos. Chega ao Euro bem, com gol e com vontade de recuperar o que uma grave lesão no joelho lhe negou no Catar.
entrada ruim
Foi o que falhou na noite de Filho Moix. Demasiados lugares vazios num estádio onde a equipa não pisava desde 2013 e onde só marcou três golos uma vez: 3-1 contra a Alemanha em 2003. Uma pena, porque a equipa fez um bom jogo.